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Embrapa publica esclarecimento sobre silagem de milho úmido na alimentação de bovinos

Embrapa Gado de Corte publicou hoje (16/08) oficialmente hoje uma nota de esclarecimento sobre uma matéria exibida no último domingo (13/08) em rede nacional na qual se tratava das mortes de bovinos ocorridas em uma propriedade no município de Ribas do Rio Pardo, MS. S

Segundo a reportagem, amostras dos alimentos utilizados na ração dos animais foram encaminhadas aos laboratórios da região e a toxina botulínica foi encontrada na silagem de grãos de milho, o que pode ter levado os bovinos a óbito. 

Carta oficial da Embrapa Gado de Corte: 

Detalhamos, a seguir, informações apresentadas pela Embrapa Gado de Corte no programa Globo Rural do último domingo (13/8/2017), durante a reportagem “Exames confirmam que botulismo é causa da morte de mil animais”:

A silagem de planta inteira e de grão úmido é um método de conservação de alimentos consolidado há muitos anos, assim como a silagem de grão umedecido. O princípio da conservação é pela fermentação dos carboidratos presentes no alimento, sendo fundamental a total retirada do ar do material ensilado.

Na condição de ausência de oxigênio, ocorre a fermentação que produz ácidos orgânicos que acidificam o meio. A acidez da massa ensilada é que inibe o crescimento dos microrganismos naturalmente presentes nela e, assim, mantém sua qualidade estável ao longo do tempo. 

Falhas na confecção da silagem, especialmente relacionadas à compactação insuficiente ou umidade inicial fora da faixa ideal, podem fazer com que o desenvolvimento dos microrganismos presentes no material não seja inibido. O desenvolvimento deles, então, pode acarretar na deterioração do alimento e na produção de toxinas. Isso não é diferente para a silagem de milho úmido (colhido com alta umidade ou reidratado).

No caso das mortes dos animais a que a reportagem se refere, eles receberam silagem de milho em que ensaios laboratoriais confirmaram a presença da toxina botulínica, conforme nota da 
IAGRO. 

Neste contexto, a silagem de milho pode se tornar uma armadilha para o criador, caso não sejam seguidas as recomendações técnicas necessárias, aumentando a possibilidade de problemas. Portanto, para evitar problemas deve-se: 

(1) Seguir rigorosamente as melhores práticas para produção de silagem; 
(2) Ter muito cuidado em não fornecer aos animais ingredientes alimentares que estejam com sinais de alteração (cor, cheiro, presença de bolores, etc.); 
(3) Adotar práticas de proteção aos silos que evitem a sua abertura por animais silvestres, animais da propriedade ou até pessoas, podendo prejudicar a qualidade e contaminar o ambiente; 
(4) Evitar mudanças de fornecimento de silagem de um silo para outro sem uma avaliação prévia da sua qualidade; 
(5) Procurar sempre adotar práticas sanitárias preventivas de clostridioses para animais confinados; 
(6) Fazer constantes avaliações da qualidade da água oferecida aos
animais, assim como da água utilizada na fabricação e no umedecimento do milho; e (7) Buscar sempre o acompanhamento técnico profissional.

Salienta-se finalmente que a compactação, responsável pela retirada do ar, é um dos
procedimentos mais críticos no processo de ensilagem, e junto com a manutenção de ambiente totalmente fechado, sem entrada de ar e um bom manejo de fornecimento, são fundamentais para produção de silagens de boa qualidade e seu uso seguro.

 

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